A Austrália é um continente incrível. Existem muitas coisas que são incomuns para os habitantes do hemisfério norte: quando se muda para o sul fica mais frio, e para o norte fica mais quente. Mas o principal “cartão de visita” da Austrália são os marsupiais.
Os antigos romanos estavam certos quando diziam que "tudo vem do ovo". A diferença entre os animais ovíparos e vivíparos, que incluem os mamíferos, é apenas que nos vivíparos o ovo permanece dentro do corpo da mãe até que um bezerro saia dele (a bexiga fetal dos mamíferos é a transformação do ovo).
Em animais superiores, o desenvolvimento intrauterino dura um tempo bastante longo, o suprimento de nutrientes no saco vitelino não é suficiente para esse tempo, então o feto recebe nutrição do sangue da mãe através da placenta. Mas a placenta não apareceu imediatamente.
No início, o feto estava simplesmente dentro do corpo da mãe, sem nenhuma conexão com ele. Nessas circunstâncias, os bebês precisam nascer quando os nutrientes acabam e eles nascem imaturos, não totalmente prontos para a vida extrauterina. Portanto, um estágio intermediário era necessário - a permanência do bezerro na bolsa.
Assim, os marsupiais representam um elo evolutivo intermediário entre os ovíparos e os placentários.
O destino dos animais marsupiais
Ao contrário da crença popular, os marsupiais não são encontrados apenas na Austrália. Os gambás-rato vivem no Peru, Chile, Colômbia, Venezuela e Equador. Os gambás americanos vivem no Canadá, EUA, Argentina e nas Pequenas Antilhas. Mas essas espécies podem ser chamadas de "resquícios do antigo luxo" em comparação com o reino dos marsupiais que podia ser observado no período Mesozóico.
A Austrália foi então conectada por um istmo ou por uma cadeia de ilhas com o sudeste da Ásia, o que permitiu aos marsupiais se moverem para lá.
Mas agora os marsupiais têm competidores em face dos animais placentários. Seus filhotes nasceram mais maduros, eles tiveram uma melhor chance de sobrevivência, então os marsupiais perderam a raça evolutiva, os placentários os expulsaram na maioria dos continentes.
Naquela época, os contornos dos continentes já haviam mudado, a "conexão" entre a Austrália e a Ásia havia desaparecido. A Austrália estava isolada e os animais placentários não chegaram lá. A ausência de competidores permitiu que os marsupiais existissem e evoluíssem em paz. A Austrália se tornou um "santuário" para marsupiais.
Evolução alternativa
O "experimento", encenado pela própria natureza na Austrália, prova de forma convincente a imutabilidade das leis da evolução. A "evolução alternativa" australiana deu à luz quase as mesmas espécies de mamíferos que a evolução dos placentários em outros continentes: lobos marsupiais, tamanduás marsupiais, esquilos voadores, marsupiais coala, toupeira marsupial, muito semelhante à toupeira dourada africana.
Apenas uma ordem não foi gerada pela evolução australiana dos marsupiais - a ordem dos primatas. Só podemos imaginar como seria a história da humanidade se uma "humanidade alternativa" - os marsupiais - surgisse na Austrália.